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JOAO CABRAL DE MELO NETO
João Cabral de Melo Neto nasceu em Recife, no nono dia do mes de janeiro de 1920 e faleceu no Rio de Janeiro, também no nono dia, so que agora, de outubro de 1999. Foi um poeta e diplomata brasileiro. Conhecido por seu rigor formal e abordagem objetiva na poesia, ele é considerado um dos maiores autores da literatura brasileira. Destaca-se por obras como "Morte e Vida Severina", "O Cão sem Plumas" e "A Educação pela Pedra".

Nordestino, sua infância foi marcada pela vida aristocrática da família. Frequentou o colégio em Recife e depois se mudou para o Rio de Janeiro, onde começou a trabalhar e a estudar para o Itamaraty.  Após passar no concurso do Itamaraty, João Cabral foi designado para diversas missões diplomáticas em vários países, como Barcelona, Londres, Brasília, Sevilha e outros.  Perseguição e Retorno ao Itamaraty:
Em 1952, foi afastado do Itamaraty acusado de comunismo, mas retornou em 1954. Paralelamente à carreira diplomática, João Cabral desenvolveu uma obra poética extensa e aclamada. Publicou seus primeiros poemas no final da década de 1930 e se consolidou como um dos maiores poetas brasileiros com "Morte e Vida Severina".

Recebeu diversos prêmios literários, como o Prêmio Camões (1990) e o Prêmio Internacional Neustadt de Literatura (1992).
Membro da Academia Brasileira de Letras:
Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 1968.  João Cabral era conhecido por sua atenção ao rigor formal da poesia, utilizando versos tradicionais e rimas oblíquas. Sua poesia se distingue pela objetividade e pela busca pela precisão na linguagem, afastando-se da subjetividade e do sentimentalismo.  Explora temas como a vida no Nordeste, a cultura popular brasileira, a condição humana, a pobreza e a desigualdade.  Recebeu o apelido de "poeta engenheiro" devido à sua abordagem técnica e metódica na poesia, semelhante ao trabalho do engenheiro.  João Cabral de Melo Neto deixou um legado importante para a literatura brasileira, com obras que continuam a ser estudadas e apreciadas por gerações. Um de sus textos mais famosos:

O meu nome é Severino,
não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria.

Mas como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.

Mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.

Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.

Mas isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.

Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
morremos de morte igual,
mesma morte severina:

Que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
Ton Poesia
Enviado por Ton Poesia em 27/05/2025
Alterado em 29/05/2025


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