![]()
SOLIDÃO PELO ERMO SERTÃO - 003
Em sua máxima solidão o poeta aprende a dizer não, a sí próprio, pela lógica da razao. Ja o tempo cambaleia como ébrio retardando a hora da ceia tão aguardada pela turba amotinada pelo sertão.
O tempo passa lento: aumentando o sofrimento E a angústia da espera: pela mudança das esferas. Mas solidão é fera, disse outro poeta acordado e atolado na solitaria de sua vida fugaz entre feras. Ela ensina, castiga, se multiplica! Solidão se reverbera. O solitário ouve o clamor de suas tripas, sente o cheiro do jasmim apodrecido e submergido nas tulipas da finada prima Vera! O tempo é um carrasco! O solitário se vê num laço: senta levanta, escreve, canta, dança. Sua mente não descansa: olha, ouve e pondera... Pensa e repensa, mas, solitário nunca desespera. Imagina, projeta, aciona, decreta, enquanto isso o tempo parece seguir lento, como numa bicicleta. Mas os mísseis supersônicos lhes tiram o sono arrebentando transas dos cabelos das bonecas... Solidão é bom; solidão presta não! Cada caso é um caso, distinto por direito acendido à opinião. Não desencontrar-se de si mesmo deve ser regra e o desejo, dum solitário pelas noites de verao. Tempo: passa mais rápido, aumenta tua rotação; Ele tem pressa quer seguir, sair do vale da solidão Sim, vale apena avançar, rumo ao desconhecido ou apenas ofuscado na poeira, amarela do sertão!
Ton Poesia
Enviado por Ton Poesia em 23/06/2025
Alterado em 30/06/2025 Comentários
|